São tantos os rostos,
As expressões,
Como são tantos os espelhos
E suas razões...
Há os sorridentes,
Os zangados,
Os tristes e malfadados.
Há os ternurentos,
Os que reflectem doçura
E há os sedentos
De marcas de bravura.
Há os que brilham,
Os inexpressivos,
Os que ficam cativos
À sua condição.
Há os que choram,
Os que gritam,
Os que imploram
Outra canção.
Mas cada um canta o seu fado
E mais ou menos afinado
Vai soando a alegria,
A nostalgia
A saudade.
E tal como o sol deixa a pele curtida
Também no rosto fica reflectida
Cada lágrima e riso
Que acumula a idade.
(foto: Ana Fernandes)