quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Beijos




Só escreve de beijos
Quem não está a beijar...



Há beijos para todo o gosto
Para toda a ocasião,
Triste é quem não beija
E se agarra à solidão.

Dois os convencionais
De cumprimento,
Por vezes dados ao ar
Sem atrevimento.
Um os carinhosos
De confiança,
Dados em toda a parte
Que cabe a lembrança.

Dados na testa,
Suaves,
Abençoados,
Dados a crianças
Há também os repenicados.

Há ainda os apaixonados
E esses, tantos como
Os lábios que beijam,
Que bafejam,
Que aspiram,
Que comentam,
Que invejam,
Que desejam,
Ah!... que doces que há!
Que intensos,
Que macios,
Que de lábio em lábio
Se moldam e comunicam
Como correntes de rios.
E se saboreiam,
Se prolongam
Se apreciam.
E quanto mais isso...
Mais beijos.
Uma vez dados
(os que se lembram ou não esquecem...)
Volta o desejo
De serem beijados!


(foto: Ana Fernandes)

2 comentários:

Unknown disse...

Uma faceta por mim desconhecida... Percebo que é uma excelente (e terapeutica) forma gritar ao e com o mundo.

Este tocou-me especialmente!

Parabéns

simples assim disse...

Lendo isso, lembrei daquela famosa frase:
"Todas as definições do amor, não valem um beijo"