quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Estendo os braços


Estendo os braços...

Palmas viradas,

Vazias,

Estendo as mãos

E espero que se encham

Com os dias.

Pesam-me os braços

Mas nas mãos, nada.

Pesam-me, mas espero

Cansada.

Talvez não deva esperar,

Talvez deva ir à procura,

Esgravatar.

Pois a vida não tem de ser dura,

Nem de espera,

Senão, assim, será sempre um

"Quem dera!...!

Que só aguenta quem sorri a penar.

Sim,

Vou encolher esta e a outra mão.

Agitar os braços

Sem embraços,

Posso até dar um murro de contestação,

Dar um aperto convicto

Puxar para cá o infinito,

Mas estender mais, não!

(foto: Ana Fernandes)

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