quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Quatro Estações


Ver troncos nus acordados pelo vento,

Ver a brancura com mais tormento,

Natureza despojada para voltar a enriquecer.


Mais horas tiradas ao dia,

Onde só o aconchego esquece a noite fria

Desejando o cheiro de um outro amanhecer.



Voltar à calma que antecede o parir,

Voltar às cores como para colorir

De sonhos esta vida.

Envergonham-se as árvores como Adão

Procurando depois a absolvição

Com a folhagem vestida.



Dar aos corpos a quentura,

Dar ao desejo a aventura


É deixar a lua mais iluminada.

Aumenta a sede em cada boca,

Queixando-se de ser pouca

A temporada assim passada.



Pois de novo perde-se o pejo,


Crescendo em todos o desejo

De continuar cíclica a criação.

Só assim as esperanças são mantidas,

Com menos horas e mais folhas caídas,

De sorrir ao receber cada estação!

1 comentário:

Joaquim Amândio Santos disse...

uma descoberta que não uma surpresa.
Serenidade vulcânica erguida plena de ligação ao que o rosto transmite!