Ver troncos nus acordados pelo vento,
Ver a brancura com mais tormento,
Natureza despojada para voltar a enriquecer.
Mais horas tiradas ao dia,
Onde só o aconchego esquece a noite fria
Desejando o cheiro de um outro amanhecer.
Voltar à calma que antecede o parir,
Voltar às cores como para colorir
De sonhos esta vida.
Envergonham-se as árvores como Adão
Procurando depois a absolvição
Com a folhagem vestida.
Dar aos corpos a quentura,
Dar ao desejo a aventura
É deixar a lua mais iluminada.
Aumenta a sede em cada boca,
Queixando-se de ser pouca
A temporada assim passada.
Pois de novo perde-se o pejo,
Crescendo em todos o desejo
De continuar cíclica a criação.
Só assim as esperanças são mantidas,
Com menos horas e mais folhas caídas,
De sorrir ao receber cada estação!
1 comentário:
uma descoberta que não uma surpresa.
Serenidade vulcânica erguida plena de ligação ao que o rosto transmite!
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