terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Hoje


Se todos os dias deixamos

Que ele venha novo, como um beijo,

É porque um outro, por ser curto, abandonamos,

Entregando-nos, neste tempo, a outro desejo.



Certa é cada vinda de passagem,

Além dele não sou mais que memória ou imaginação.

Troca-se o número, o mês, a imagem,

Permanece o som de quatro letras, em repetição.



Este é o imutável tempo que muda,

Numa certeza surda, além de mim...

O único tempo sem tempo

Será o fim!
(Foto: Jorge Mayer)

1 comentário:

Alfredo Rangel disse...

Que ele venha logo, como um beijo.
Um beijo nunca muda de data.