sábado, 3 de novembro de 2007

Diga ele, o Malmequer


Diga ele o que sabe
Diga que eu quero saber,
Diga porque em boa verdade
Não será por não ter vontade
Que ele não me há-de dizer.

Mas um dicotómico critério
Só é levado a sério
Pelos seres mais indigentes,
Eu que sei que há tantas cores
Eu que tive alguns amores
Pertenço ainda a essas gentes...
Fui então a um descampado
Fui de olhar orientado
Nas flores do bem querer.
Cheguei às pétalas brancas
E por entre tantas, tantas
Colhi um para saber...
"Diz-me o quanto me quer
Diz-me lá ó malmequer,
Diz-me que eu não tenho medo!"
Ele já meio desfolhado
Permanecia calado
Quase careca como o segredo.
Parei antes de chegar ao fim
Parei e olhei para mim
E sorri das coisas de amor.
Entre todos e ninguém
Havia quem me quisesse bem
Mesmo que o negasse a flor.

(foto: Ana Fernandes)

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