sábado, 27 de outubro de 2007

De repente


Pôr na vida alheia parte dos meus olhos,

Deixar lá algo do que é meu

E pouco a pouco ir juntando molhos

De tralha (que me valha!), que sou eu...


Lá vai a vida a correr sem fundamento,

Com a pressa de se gastar a cada dia,

Vou calcando caminhos que tropeçam no entendimento

E só no chão calo a razão que a justificaria...



Houvesse tempo, mais do que de repente,

Houvesse razões de sobra p'ra toda a gente,

Que ainda assim não faltariam ais.


Onde estaria o doce da pressa daí por diante?

E quem faria da vida uma aventura errante?

De que falam poetas como V. Morais.

(foto: Ana Fernandes)

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