Serviram-nos eles, um dia…
(quando gastávamos o tempo sem nostalgia)
Para acalmarmos os medos,
Para contarmos segredos,
Realizar nossas vontades.
Multiplicávamo-nos em papéis,
Fomos pobres, fomos reis,
Fomos donos das verdades.
Serviram-nos eles, um dia…
(quando gastávamos o tempo sem nostalgia)
Para irmos antecipando,
Deixar, pela nossa, outras vozes ecoando
O que nos custava entender.
Éramos nós e toda a gente,
Falávamos de um modo diferente,
Falávamos como quem quer crescer.
Serviram-nos eles, um dia…
(sem eles o tempo tem nostalgia)
Para agora fugirmos à brincadeira,
Como se crescer fosse toda a maneira
De evitar modos de criança.
E menos nós começámos a ser
Quando pusemos em nós os bonecos a viver
Quando brincar passou só a lembrança.
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