Sente-o.
Vai pelos passeios,
Pela calçada,
Pelas ruas sombrias
De cabeça levantada.
Vai pelos Leões à Cordoaria,
Conta os degraus até à Torre,
Desce à Avenida
Espreita antes na Lello,
A livraria.
Olha o D. Pedro na praça,
Passa pelas igrejas,
Pelas capelinhas,
Entra nos cafés
E mata a “traça”,
Cumprimenta a malta,
Ouve a simpatia,
As charadas,
O calão.
Mata a sede nas biquinhas,
Nas fontanelas
Com o S. João.
Vê os azulejos de S. Bento,
Para o cimo a Sé,
As travessias
Com os outros dom’s
E donas Marias.
Desce pelo Mouzinho,
Vê o Mercado,
O outro Palácio,
Sente o povo,
A ribeira,
O Douro,
O sabor do nosso tesouro
Num cálice novo.
Senta-te aí à beira,
Sente a aragem
Olha para o cais
E não te esqueças
Que do outro lado,
A vê-lo,
Há mais
Paisagem!
Lá, onde atraca o rabelo
E este olhar abençoado!
(foto: Ana Fernandes)
3 comentários:
Entre os versos deste poema vislumbra-se a beleza de um Porto que, cada vez mais, deve ser sentido...
E sem dúvida um bom poema, aliás como todos os anteriores.
Beijinhos
as palavras que aqui vivem conduzem-nos até ao coração da velha urbe que nos sorri desde o seu orgulho altaneiro e milenar.
poema merecedor de uma canção!
Um hino à nossa cidade. Palavras bonitas, bem encaixadas num belo poema.
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