quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Porto













Sente-o.

Vai pelos passeios,

Pela calçada,

Pelas ruas sombrias

De cabeça levantada.

Vai pelos Leões à Cordoaria,

Conta os degraus até à Torre,

Desce à Avenida

Espreita antes na Lello,

A livraria.

Olha o D. Pedro na praça,

Passa pelas igrejas,

Pelas capelinhas,

Entra nos cafés

E mata a “traça”,

Cumprimenta a malta,

Ouve a simpatia,

As charadas,

O calão.

Mata a sede nas biquinhas,

Nas fontanelas

Com o S. João.

Vê os azulejos de S. Bento,

Para o cimo a Sé,

As travessias

Com os outros dom’s

E donas Marias.

Desce pelo Mouzinho,

Vê o Mercado,

O outro Palácio,

Sente o povo,

A ribeira,

O Douro,

O sabor do nosso tesouro

Num cálice novo.

Senta-te aí à beira,

Sente a aragem

Olha para o cais

E não te esqueças

Que do outro lado,

A vê-lo,

Há mais

Paisagem!

Lá, onde atraca o rabelo

E este olhar abençoado!

(foto: Ana Fernandes)

3 comentários:

Anónimo disse...

Entre os versos deste poema vislumbra-se a beleza de um Porto que, cada vez mais, deve ser sentido...

E sem dúvida um bom poema, aliás como todos os anteriores.

Beijinhos

Joaquim Amândio Santos disse...

as palavras que aqui vivem conduzem-nos até ao coração da velha urbe que nos sorri desde o seu orgulho altaneiro e milenar.

poema merecedor de uma canção!

caos disse...

Um hino à nossa cidade. Palavras bonitas, bem encaixadas num belo poema.